Quando, em Abril de 2012, assumimos a direcção executiva da Fundação Joaquim António Franco e seus Pais foi claro que os desafios que teríamos pela frente impunham aos responsáveis da instituição uma entrega total, pois os tempos eram difíceis, e as exigências muitas e complexas.
Em primeiro lugar, porque a instituição tinha de se habituar à sua nova dimensão, quer no que respeita ao número de utentes, quer principalmente à diversidade das suas respostas sociais. Neste último aspecto, a adaptação às normas e procedimentos vigentes no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, dependente do Ministério da Saúde, representou um enorme desafio, de grande complexidade, que a nova equipa dirigente, apoiada devidamente pelo Conselho de Administração, soube ultrapassar em tempo útil.
Em segundo lugar, porque a crise económica, financeira e social que o País atravessava, e cujos efeitos mais perniciosos coincidiram com o início da nossa actividade na Fundação, elevaram as dificuldades dos cidadãos, nomeadamente dos mais necessitados, resultando desse facto um acréscimo das situações limite, para as quais a instituição teria de ter uma resposta serena, útil e atempada.
Em terceiro lugar, porque particularmente no ano de 2012 assistiu-se a uma campanha de desinformação relativamente à maioria das fundações portuguesas, mormente as que simultaneamente eram IPSS's, denegrindo a sua actividade solidária relativamente aos mais desfavorecidos, e confundindo-as com algumas (poucas) surgidas nos últimos anos, resultantes de inegável oportunismo dos seus promotores, completamente desligadas das que sempre representaram uma mais valia para as populações que servem, nas diversas áreas em que focaram a sua actuação (social, cultural e artística).
Por fim, houve que gerir a construção da II Fase do Complexo Social de Casével, que se traduziu na edificação de um novo ERPI com 48 camas, mas cuja evolução foi prejudicada pela profunda crise no sector da construção civil, das suas empresas e fornecedores, responsáveis únicos pelos atrasos verificados na evolução da empreitada, de que felizmente não resultou uma derrapagem nos custos, antes pelo contrário, foi possível ainda implementar um controlo efectivo da sua execução, que permitiu uma redução significativa do custo total da obra.
O edifício ficou pronto, o novo Lar já está a funcionar e a respectiva Direcção Técnica procedeu à mudança de instalações com todo o profissionalismo, não se tendo verificado quaisquer sobressaltos de maior. Neste momento a ocupação já lotou a capacidade total instalada.
Simultaneamente, o senhor Presidente do Conselho de Administração solicitou a seu tempo e a quem de direito o licenciamento das instalações do antigo Lar, permitindo o aumento da capacidade da Unidade de Cuidados Continuados, das actuais 25 para as futuras 48 camas, o que já foi aprovado pelas autoridades competentes.
O Ministério da Saúde, e a ARS Alentejo, teimaram em não aceitar o indispensável incremento de acordos para a UCCI-MDR de Casével, prejudicando seriamente os doentes que aguardam vaga na nossa unidade e pondo em causa o seu potencial de recuperação.
A Fundação fez tudo para inverter esta injusta situação que penalisa as pessoas com menos possibilidades económicas. Em Junho de 2016, elaborámos um estudo que suportou a necessidade de novos acordos para a Unidade, tendo em conta a especificidade regional e as características do universo de candidatos da nossa UCCI-MDR de Casével.
Em Agosto de 2016, numa reunião solicitada pela Câmara Municipal de Castro Verde, para a qual esta instituição foi convidada a estar presente, ficou acordado com o senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde o aumento de mais 10 camas com acordo em 2017, passando assim para um total de 31 camas de média duração e reabilitação.
Finalmente, a 29 de Dezembro de 2017 foi aprovado em Despacho Conjunto dos Ministérios das Finanças, Saúde e Trabalho, Solidariedade e Segurança Social o aumento de 10 camas a integrar na RNCCI, que tiveram a sua plena ocupação em Junho de 2018.
A Fundação Joaquim António Franco e seus Pais, os seus responsáveis e colaboradores, assumem o compromisso de continuar a apoiar as populações da região onde esta instituição de solidariedade se insere, procurando optimizar diariamente o resultado do seu trabalho, contribuindo decisivamente para a melhoria do bem-estar dos cidadãos que servem.